Produtor
Associação Cultural Teatro dos Aloés
Breve Introdução
Nilo Cruz, dramaturgo cubano-americano escreve esta peça, premiada com o Prémio Pulitzer de Drama em 2003, sobre emigrantes cubanos nos EUA.
A peça centra-se na tradição dos leitores nas fábricas de tabaco cubanas, transladada para a Flórida com a emigração cubana para os EUA. A chegada de um novo leitor introduz um elemento de romance em torno do qual se desenvolve o drama e a ação da peça cujos personagens se deixam levar pela força do desejo, um desejo tanto poético como sexual.
Dentro da fábrica, a atuação do leitor era escolhida pelos trabalhadores, tendo este uma posição de influência e respeito. Esta tradição de leitores trazia para Cuba a emergência das obras de ficção da Europa, num movimento de literacia de massas. Os trabalhadores podiam ser analfabetos, mas conheciam de cor passagens de grandes obras da literatura mundial, como D. Quixote. Dentro das fábricas também se liam autores franceses Vítor Hugo – “Os miseráveis” e o “Corcunda de Notre-Dame”; Alexandre Dumas – “O conde de monte cristo”; mas também os grandes teóricos dos movimentos operários da viragem do século XIX para o XX – Mikhail Bakunin, Peter Kropotkin e Karl Marx.
A trama está embrincada na de Anna Karenina livro escolhido pelos operários para o seu leitor. Tolstói sublinha a efervescência de temas que ganhavam corpo à época, como o papel da mulher na sociedade e as liberdades individuais. Nilo Cruz, sob um fundo de mecanização das fábricas de tabaco, retrata uma heroína paralela a Anna Karenina, igualmente livre nas suas ações e trágica nas consequências dos seus atos. Existe uma constante dicotomia – Amor/Traição; Cidade/Campo; Tradição/Modernidade. As mulheres são ativas, são agentes de mudança e condicionam/moldam as ações dos homens.
Sinopse
Uma família oriunda de Cuba emigra para Tampa, cidade situada na costa ocidental dos Estados Unidos no ano de 1929, ano da grande depressão. Montam uma fábrica de charutos e decidem contratar um leitor que tem como função entreter e educar os trabalhadores na sua árdua e monótona tarefa, das suas leituras fazem parte notícias, curiosidades, poesia, mas sobretudo os grandes romances da literatura mundial.
O nosso leitor propõe Anna Karenina de Leon Tolstoi.
Na ficção, as personagens do romance misturam-se com a vida real daquela família. Nasce então uma apaixonante história de amor e ciúme mas também, num outro plano, a ideia de que a força da industrialização e mecanização pode levar à morte da cultura, da literatura e da tradição.
Ficha Artística
Texto: Nilo Cruz | Tradução: Rui Mendes | Encenação: Jorge Silva | Interpretação: Ana Bento, André Nunes, Elsa Valentim, Graciano Amorim, João Saboga, Marco Trindade, Mariana Lobo Vaz e Nuno Nunes | Cenografia e Adereços : Rui Francisco | Figurinos e Adereços: Maria Luiz | Música: Francisco Nogueira | Desenho de Luz: Tasso Adamopoulos | Vídeo: José Ricardo Lopes | Fotografia: Luana Santos | Design Gráfico: João Rodrigues | Assistência de Encenação: Vanessa Ammit | Direção de Produção: Daniela Sampaio | Produção Executiva: Marco Trindade | Produção: Teatro dos Aloés 2025.
As passagens citadas do romance "ANNA KARENINA" de Leão Tolstoi, pertencem à tradução de JOSÉ SARAMAGO, publicada pela Porto Editora.
Cedência por cortesia dos Herdeiros de José Saramago e da Fundação José Saramago.
Preços
Descontos
- < 25 ANOS
- > 65 ANOS
- DIA DO ESPECTADOR
- ESTUDANTE
- PESSOA COM DEFICIÊNCIA
- PROF. DE ARTES CÉNICAS