Promotor
Fundação Gramaxo
Breve Introdução
Um contador de histórias, um guardião de memórias
Segredos por revelar, histórias por contar. Razões que poderão explicar a quantidade de gavetas, portas e fundos falsos que caracterizam muitas das tipologias do mobiliário indo-português, a partir do século XVI, espalhadas por coleções públicas e privadas, nacionais e internacionais.
Este contador é, apenas, um dos muitos exemplos desse mobiliário que nasceu da miscigenação cultural, entre portugueses e indianos, influências que de ambos os lados se fizeram sentir no quotidiano de cá e além-mar, de que resultaram peças de arte extraordinárias, de gosto refinado, tecnicamente evoluídas e esteticamente belas.
A grande variedade e inegável qualidade das madeiras existentes por toda a Índia, a que se juntou a enorme habilidade técnica dos artífices indianos, muito apreciada pelos primeiros portugueses que se estabeleceram nas zonas costeiras, ainda nas primeiras décadas do século XVI, foram determinantes na execução destas peças que passaram a decorar as suas casas. A sua beleza acabou por lhes angariar um estatuto diferente, de algo que só a alguns era permitido ter, em virtude da sua condição social e financeira.
Executado pelas hábeis mãos de uns e cumprindo o desejo de novos usos e gostos de outros, o mobiliário indo-português foi, na sua maioria, manufaturado para exportação, constituindo a Europa, o maior mercado, vendido àqueles, que por diferentes razões, estiveram no Oriente: vice-reis, feitores, capitães e militares.
Preços